O dia 21 de agosto de 2021 marca o 81º aniversário do desaparecimento físico de Leon Trotsky. As circunstâncias de sua morte explicam a implacável luta revolucionária que ele travou até seu último dia. Mas Ramón Mercader, o agente stalinista que infligiu a ferida fatal a ele em sua casa de exílio no México, estava longe de imaginar que seu ato só enalteceria o líder bolchevique e comprovaria que Stalin estava dirigindo o primeiro Estado operário da história à contrarrevolução. O stalinismo comemorou ter finalmente conseguido se livrar da autoridade revolucionária da velha guarda para sequestrar o Estado Operário e colocá-lo à mercê de seus interesses. Sobretudo, foi a burguesia imperialista que comemorou o grande favor que o stalinismo lhe faria, assassinando o fundador da Quarta Internacional - juntamente com vários de seus quadros mais valiosos - e assim apagando, pelo menos por um tempo, a luz da organização internacional do proletariado em um partido cujo propósito é enterrar o capital: a Quarta Internacional. Contudo, a luta de classes não tolera interrupções. A situação atual mostra mais uma vez a assertividade das conclusões revolucionárias que Trotsky elaborou dos maiores acontecimentos da história até sua morte e a linha revolucionária do programa da Quarta.

 

Decadência capitalista e pandemia 

O Programa de Transição começa afirmando: "A situação política mundial como um todo, caracteriza-se, antes de mais nada, pela crise histórica da direção do proletariado. A premissa econômica da revolução proletária há tempos atingiu o ponto máximo que pode ser alcançado sob o capitalismo. As forças produtivas da humanidade deixaram de crescer. As novas invenções e novos progressos técnicos já não conduzem mais a um aumento da riqueza material. As crises conjunturais, nas condições da crise social de todo o sistema capitalista, descarregam sobre as massas privações e sofrimentos cada vez mais pesados. O aumento do desemprego aprofunda, por sua vez, a crise financeira do Estado e mina os sistemas financeiros estremecidos. Os governos, tanto democráticos quanto fascistas, marcham de uma bancarrota a outra."

E, à luz dos eventos desencadeados pela pandemia do coronavírus SarsCov-2, podemos dizer que continua sendo uma caracterização justa. Dois anos após o início da pandemia, assistimos a um curso acelerado de como o capitalismo funciona e quem são seus fiadores e defensores. Pudemos ver em todas as partes do mundo como os governos burgueses se assentaram em seus Estados para exercer uma centralidade reacionária de controle da situação aberta pelo Covid, tentando salvaguardar seus sistemas de saúde e os interesses das grandes empresas industriais, farmacêuticas e de serviços em detrimento das condições de vida das grandes maiorias.

Denominamos essa política um "ensaio geral reacionário", que foi uma tentativa de dominar a situação em meio a uma crise mundial que a pandemia acelerou. As quarentenas, a ideia de conviver com o vírus, a repressão estatal para garantir os confinamentos, os comitês de especialistas e tantas coisas que foram impostas através de métodos burgueses para desorganizar ainda mais o proletariado e impedi-lo de sequer pensar em impor seus métodos. Para isso, a burguesia contou com a inestimável ajuda das correntes de conciliação de classes e, especialmente, da burocracia sindical em todo o mundo.

O sistema capitalista mostrou sua verdadeira face no momento em que algumas vacinas contra a covid foram aprovadas emergencialmente. Longe de garantir a inoculação de todo o mundo, a grande maioria foi acumulada pelos países imperialistas a fim de reativar suas economias o mais rápido possível e usar a "diplomacia vacinal" para ter maior ingerência nos países semicoloniais. Dessa forma, deixaram grande parte da população mundial sem vacina nenhuma. Os grandes laboratórios são os grandes vencedores da pandemia. Enquanto isso, variantes, como a Delta, continuam a se espalhar pelo mundo.

O sistema capitalista mostrou por que está esgotado como um sistema, uma vez que não pode atuar como um bloco. Embora possa, em certos momentos, avançar algum ramo econômico sobre outro, ele o faz em uma anarquia que garante uma maior pauperização das condições de vida das grandes massas. Nesta pandemia pudemos ver muitos fenômenos de luta de classes contra as penúrias as quais tentaram nos submeter, como os processos na Palestina, as greves na Itália, as mobilizações nos Estados Unidos frente ao assassinato de Floyd, os processos agudos na América Latina como Chile, Equador e Colômbia, para citar alguns.

Vivemos em uma etapa de decomposição do imperialismo. Os recentes acontecimentos no Afeganistão são mais uma amostra. Após 20 anos de ocupação dos EUA para uma chamada guerra contra o terror, hoje suas tropas entregaram o poder ao Talibã.

Ao mesmo tempo, assistimos um processo de assimilação dos ex-Estados Operários ao sistema capitalista. Isso gerou fenômenos de luta de classes como na Bielorrússia ou, mais recentemente, em Cuba. São processos de restauração capitalista dirigidos por burocracias contrarrevolucionárias, que encontram resistência nas massas.

E talvez a coisa mais importante que presenciamos nesta pandemia é a decomposição dos Estados como forma de dominação. A relação entre Estado e capital entrou em uma contradição histórica.

 

Completar o programa e colocá-lo em marcha

Dadas as circunstâncias que se apresentaram desde o surgimento da pandemia e, fundamentalmente, a podridão das bases do sistema capitalista, defendemos que o legado de Trotsky nos oferece uma base teórica e política para atuar nesta etapa histórica. Assumir esta tarefa implica assimilar o método revolucionário que nos ensinou a pensar com nossas próprias cabeças sobre os processos de assimilação dos ex-Estados operários, a decomposição imperialista e seu curso nas instituições criadas para sua dominação. Isso, principalmente, para avançar na superação da crise de direção revolucionária. Neste sentido, devemos substituir o centrismo que influenciou camadas de lutadores pelo marxismo revolucionário, para dotar à vanguarda dos trabalhadores um programa transicional que leve à construção dos partidos como uma seção da reconstrução da Quarta Internacional.

A partir da TRQI, defendemos a necessidade de uma Conferência Internacional com os grupos que ainda defendem a ditadura do proletariado para avançar nas tarefas dos revolucionários nesta etapa.

Derrotar este sistema capitalista, destruir o poder da burguesia, organizar o proletariado e desenvolver as etapas da ditadura do proletariado. Expropriar os expropriadores. Essas tarefas estão inscritas ao levantarmos bem alto as bandeiras da Quarta Internacional, o partido mundial da revolução socialista.

 

COR Chile - LOI Brasil - COR Argentina

Luego de 24 días de huelga los trabajadores del sindicato Ártica retornan a sus labores.
Luchan contra una patronal que utilizó reiteradamente prácticas persecutorias contra el sindicato, negándose a establecer negociaciones colectivas o directamente despidiendo a los trabajadores sindicalizados. Luego del proceso abierto del 18 de Octubre, los trabajadores, impulsados por sus sectores juveniles, vieron la necesidad de organización y comenzaron a sumarse al sindicato, lo que los llevó al actual proceso de negociación donde plantearon un modesto pliego donde pedían beneficios de colación y movilización entre otras demandas de mejoras en las condiciones de trabajo, entre ellas las de rechazar jornadas laborales extenuantes, de más de 12 horas 7 dís a la semana. La patronal se siguió negando a dar el más mínimo beneficio lo que empujó a los trabajadores a ir a la huelga.
La huelga logró paralizar gran parte de la producción de esta empresa gráfica dedicada a la fabricación de etiquetas, en particular para las embotelladoras de vino. Si bien los trabajadores se mostraron cautos para tomar acciones más decididas desde el inicio de la huelga, a medida que la patronal colocó y luego sacó de forma insultante a los trabajadores propuestas de cierre, los llevó al "día de furia" donde llovieron huevos y palos al enardecerse los ánimos de los huelguistas.
Durante el proceso recibieron la solidaridad de organizaciones y dirigentes sindicales que también han pasado por experiencias similares como en la reciente huelga de Cosmoplas, entendiendo la necesidad de apoyar y fortalecer estas luchas obreras para torcerle el brazo a la patronal. También el sindicato intentó ligarse con las confederación gráfica como con los sindicatos de las productoras de vinos, de quienes lamentablemente no hubo respuesta solidaria.
Algunas organizaciones de la izquierda revolucionaria se acercaron con la intención de que los trabajadores vayan a llevar su lucha hacia la Convención Constitucional, intentando colocar una mediación política en una huelga económica. Esta propuesta fue adecuadamente recibida más bien con apatía de parte de los trabajadores.
Finalmente la empresa, apurados por las pérdidas de producción y los pedidos pendientes, cedió en varios puntos del pliego de los trabajadores como el bono nocturno, el IPC retroactivo, un bono de término, media jornada para los días festivos, y el descuento en 2 años de los días caídos en la huelga, entre otros puntos.
De conjunto el sindicato sale fortalecido de esta huelga logrando instalarse para las próximas batallas ante eventuales represalias o nuevos procesos de negociación. Queda pendiente dar una pelea por tender lazos y unificar las luchas del rubro gráfico para lograr imponer nuestras condiciones a la patronal.
Que las jóvenes generaciones de trabajadores nacidas al calor de las luchas de masas, busquen fortalecer a la clase trabajadora, a su organización y la dispongan a luchar contra el capitalismo.

Para colocar fim ao bloqueio imperialista e derrotar a política de restauração capitalista do PC, é urgente a intervenção da classe operária de toda América

A erupção dos protestos em San Antonio de los Baños no último domingo, que se estendeu até Havana e outras cidades de Cuba, pegou de surpresa os desprevenidos. Começando pelos gusanos em Miami, que saíram pedindo a Joe Biden, a intervenção militar dos EUA, não só para aproveitar a crise, mas também assustados ao não ver uma direção clara dos protestos. Também pegam Biden focado em outros problemas, principalmente domésticos, e de política exterior: suas relações com a América Latina e Caribe (assassinato de Jovenel Moïse, presidente do Haiti) mostram grande desorientação. Pelo lado cubano, também o presidente Díaz Canel mostrou-se completamente desorientado, defendendo uma linha dura contra os protestos para ter que logo reconhecer os problemas que legitimamente reclamam os manifestantes, e chamando a um setor destes “revolucionários confusos”.

A confusão destas direções contrarrevolucionárias baseia-se em um elemento real: a desordem gerada pela pandemia em nível mundial. A falta de clareza do imperialismo para dirigir um processo de derrota fulminante das massas operárias, a partir do ensaio geral reacionário lançado no ano passado, abre todo tipo de processo político. No caso de Cuba, devemos considerar as dificuldades do processo de assimilação do ex-Estado Operário, que demonstra, como na Bielorrússia e outros países, tendências ao caos capitalista frente a debilidade da burocracia deste Estado para dirigir, acentuando este elemento pela própria debilidade da estrutura econômica da ilha. A decomposição imperialista dificulta a assimilação, mas não pode frear o processo ad eternum, senão que agrava a decomposição e as tendências ao enfrentamento entre as forças sociais presentes. Assim como vemos no Leste Europeu (Ucrânia, Bielorrússia, Geórgia), no Cáucaso (Nagorno-Karabakh), na China (Hong Kong), todos com suas particularidades, mas que estão determinadas por toda uma etapa histórica marcada por um processo de decomposição de um sistema social que solapa as bases dos Estados-nação como forma política. Tudo isso, como dizíamos acima, acelerando pela pandemia do Covid-19.

No caso de Cuba, é evidente como a pandemia golpeou as estruturas estatais já carcomidas por anos de putrefação após a queda da URSS e o início de uma transição tortuosa para a assimilação capitalista plena, onde a burocracia e uma base social ligadas ao Estado tenta manter sua posição, contra o setor que pretende varrer com essas estruturas com um programa que, mais que “pátria e vida”, se resume em “semicolonial”, se, 51º Estado yanque, melhor”. A falta de atenção médica, de alimentos e de eletricidade, também mostra sua silhueta hedionda contra a luz das reformas votadas no último congresso do PCC, que avançaram em uma desvalorização selvagem com a unificação dos tipos de câmbio. As condições de vida das massas trabalhadores contrastam com as mercadorias avaliadas em dólares, expostas nos negócios para turistas e nos privilégios da burocracia “comunista”. Estes elementos são o motor dos protestos, das que formam parte setores heterogêneos, que identificaram por anos as idéias do socialismo e do comunismo com um Estado que na realidade tenta impor com repressão a restauração capitalista. Mas está claro que o bloqueio do imperialismo ianque, imposto por décadas com o objetivo de pressionar a burocracia para que acelere as medidas restauracionistas (objetivo que cumpriu muito bem), é a principal das penúrias da classe operária cubana. Díaz Canel, Biden, o Partido Republicano e os gusanos estão todos de acordo em levar até o fim a contrarrevolução em Cuba.

É urgente a intervenção do proletariado de toda América

Para colaborar na tarefa de erguer uma direção revolucionária capaz de enfrentar as direções imperialistas e a burocracia do PC em Cuba, é necessário a intervenção do proletariado americano, na América Latina e no Caribe e nos EUA. Porque também é evidente, e se comprovou pela experiência histórica, que o programa da ditadura do proletariado não pode se concretizar nas estreitas fronteiras de nenhum país latino-americano, senão que adquire sua forma política na Federação de Repúblicas Socialistas da América Latina e do Caribe.

Para levar adiante esta tarefa, nós, revolucionários, devemos lutar no interior dos sindicatos para que a classe operária realize ações com objetivos claros: Abaixo o bloqueio imperialista! Principalmente nos EUA, devemos impor a abertura dos intercâmbios com a ilha, com nossos métodos, a ocupação sob controle operário de portos, depósitos e fábricas, a tomada do controle dos navios e o confisco operário para levar para Cuba os hidrocarbonetos, os alimentos e a medicina e vacinas que os trabalhadores e o povo pobre necessitam. Não à intervenção militar imperialista! Frente ao menor sinal de ameaça de levar adiante uma intervenção militar, defendemos a greve nos EUA e a paralisação e ocupação de todas as empresas capitalistas ianques na região. Abaixo a repressão da burocracia do PCC, liberdade aos presos! Devemos impor que os sindicatos latino-americanos e dos EUA se pronunciem pela liberdade dos lutadores socialistas que foram detidos no domingo 11/7, entre eles Frank García Hernández, Leonardo Romero Negrín, Maykel Gonzáles Vivero e Marcos Antonio Pérez Fernández.

Por uma direção revolucionária internacional

Distante do que defendem os centristas latino-americanos, não se trata de desenvolver um programa democrático para levar as massas para uma solução dentro do Estado (nacional) com reformas mais ou menos “radicais”. O capitalismo está em franca decomposição e não pode oferecer nada mais que repressão, em enfrentamentos cada vez mais abertos com a classe operária, para tentar modificar a seu favor a relação entre capital e trabalho com a intenção de ter uma sobrevida. A necessidade de uma direção revolucionária internacional, a IV Internacional reconstruída, se faz palpável e não pode ser uma simples declaração para os congressos e conferências partidárias. Temos pela frente a grande tarefa de preparar a reconstrução da IV levando os debates programáticos ao seio de nossa classe, dando política contra a burocracia sindical e lutando por recuperar os sindicatos. Propomos, com novo ênfase dado pelos acontecimentos em Cuba, organizar uma Conferência Latino-americana das correntes que reivindicam a ditadura do proletariado, para debater a política, as táticas e o programa para intervir na situação com esse objetivo. Como passo para uma conferência mundial que permita aos revolucionários encarar a tarefa do momento: começar a resolver a crise de direção revolucionária de nossa classe, a única classe revolucionária, a classe operária.

 

El pasado viernes fue asesinado el joven mapuche militante de la CAM, Pablo Marchant, en momentos que se encontraba en acciones de sabotaje contra la Forestal Mininco, de CMPC.

En una confusa situación la fiscalía en un primer momento señaló que el cadáver era de Ernesto Llaitul, hijo del líder de la CAM, para después ser desmentido por el propio Llaitul. El joven habría muerto de disparos a corta distancia en el rostro y en la cabeza, efectuados por la policía. En el lugar también fue herido, encontrándose grave el trabajador Ceferino González.

La asociaciones empresariales y representantes de la derecha de la zona salieron a aplaudir el accionar de carabineros, así como a pedir mayor intensificación de la represión en la “macro zona”. En el mismo sentido se manifestó el alcalde de Carahue luego de su reunión con el encargado del gobierno.

Lo que ya es una política del Estado ahí, con militarización, aparataje de inteligencia y dotación policial, para resguardar la propiedad privada, quieren llevarlo a otro nivel.

Por su parte la Convención Constitucional se ha limitado a la impotencia de las declaraciones. No fue hace mucho que mediante un comunicado pidió por el “indulto de los presos políticos y la desmilitarización del wallmapu”. Ya en la CC se empieza a dar el juego de los bloques políticos donde los grupos empiezan a darle la impronta de institución ordenada del Estado burgués, lo que quedó graficado con las solicitudes de las mismas condiciones de funcionamiento de "sus pares" del congreso. Que militantes y organizaciones de la izquierda revolucionaria llamen a confiar, fortalecer y/o presionar a este organismo ad hoc del Estado, diluye la luchas como las de la libertad de los presos por luchar y la desmilitarización de la Araucanía.

Los sindicatos de trabajadores de las forestales deben establecer compromisos mutuos respecto a las comunidades mapuches para enfrentar a la patronales forestales. Deben pelar por la desmilitarización de la zona, exigir el retiro de las fuerzas policiales de los predios laborales, e impulsar la expulsión de las fuerzas represivas del Estado.

Debe quedar claro en la vanguardia que el enemigo es la burguesía y su Estado, y que es la clase obrera la que puede llevar a cabo esta tarea, impulsando el control obrero de la producción de las forestales, liderando la revolución agraria

Arranquemos a nuestros presos de sus cárceles

La convención no es el camino

Enfrentemos la trampa constituyente desarrollando la independencia de la clase obrera

 

Más de un año que está democracia para ricos mantiene a luchadores y activistas presos, con medidas de prisión preventiva, montajes, farsa judiciales, o la aplicación de la legislación reaccionaria avalada, sostenida e impulsada por todos los partidos del régimen. Desde las alas pinochetistas del oficialismo hasta la oposición pequeñoburguesa de "Apruebo Dignidad" que pese a las imposturas de mea culpa, cíclicamente condenan la violencia de los explotados y avalan por acción u omisión las leyes represivas de los explotadores.

Mientras la carrera presidencial discurre sobre el grado de dirigismo e intervención estatal en la economía semicolonial, se instala la convención constitucional que se urdió para contener y desviar los procesos de lucha surgidos el 18 de Octubre, haciendo bramar los cantos de sirena de una reforma al aparato estatal como una solución a los problemas emanados de las mismas bases capitalistas. La mantención de los presos políticos es parte de este esquema de defensa de la democracia burguesa mediante su aparato coercitivo.

La crisis económica mundial, el flagelo pandémico que arroja un tendal de muertos, la intervención abiertamente reaccionaria de los aparatos estatales sobre las relaciones sociales, que acontece en todas partes del planeta, evidencian que el capitalismo se encuentra en un proceso agudo de descomposición.

No existe posibilidad alguna en la actual etapa histórica de qué procesos jurídicos constituyentes del Estado burgués, sin importar si éstos son más o menos "democráticos", puedan significar un paso en la emancipación de los trabajadores y el pueblo.

Es preciso pelear por la organización e intervención independiente de las fuerzas de la clase trabajadora. Fortalecer su organización y sobre todo nuclear a sus elementos más honestos y decididos en una dirección revolucionaria internacional.

La política de "rodear" la convención o hacerle seguidismo mediante la política de exigencias, sólo nos desvía del gran desafío de impulsar la militancia obrera en los centros productivos para impulsar un programa revolucionario, al tiempo que sustenta su farsa.

La exigencia de la libertad presos debe dirigirse contra el conjunto del sistema carcelario y judicial, enfrentando y luchando por la disolución de las fuerzas represivas, que son parte del aparato estatal sostén de la dominación capitalista.

El activismo de los trabajadores y de la juventud puede dirigir una campaña al interior de las organizaciones obreras y en los centros de trabajo, en los hospitales en las fábricas en las minas, para se levanten las banderas por la justicia y castigo contra los represores de ayer y de hoy, y consigamos arrancar a nuestros presos de sus cárceles.

¡A sacar lecciones!

Luego de 22 días de huelga, logrando paralizar la producción, manteniendo firme el piquete en la puerta de la empresa, los trabajadores de Cosmoplas decidieron poner fin al proceso de lucha.

Consiguiendo algunos beneficios de colación, movilización y aumentos de sueldo base, lograron duplicar el bono de término de negociación que les ofrecieron al comienzo de la lucha. Si bien éste no compensa ni los días caídos ni llega al petitorio del sindicato, la empresa debió retroceder de su postura inicial, de intentar derrotar por desgaste a los trabajadores.

Cosmoplas pretendió humillar a los trabajadores tanto en la respuesta a su petitorio como en la intención de estirar los tiempos de negociación apostando a quebrar la lucha al día 15 de huelga. Sin embargo los trabajadores se mantuvieron firmes e incluso la decisión de levantar la misma pasó por una importante deliberación que tenía por fondo la posibilidad real de fortalecer el conflicto si este continuaba.

Adicionalmente la empresa había reestructurado oficinas dejando operativa la planta de Noviciado mientras Puerto Montt y Enea se mantenía paralizadas. Nucleó en esta instalación a los trabajadores no sindicalizados o allegados a la empresa, aumentando los ritmos de producción y las jornadas laborales. Sin embargo estas maniobras no pudieron anular la paralización aunque si la atenuaron.

Una de las dificultades de la negociación fue la de no mantener el petitorio inicial hasta el final flexibilizándolo unilateralmente dándole a la empresa  la posibilidad ,y con la contratación de un abogado externo , de bloquear con mentiras y maniobras los requerimientos de la directiva. También aquí se podría haber contado  con una comisión negociadora más amplia de delegados de asamblea que, acompañando a la directiva en la mesa, pudieran de conjunto transmitir a la empresa la firmeza de las bases y el respaldo hacia sus dirigentes.

También fue importante el hecho de que los trabajadores que resolvieron sobre la continuidad o no del conflicto eran los que verdaderamente lo estaban sosteniendo día a día, bajo el frio y la lluvia. Contrario a quienes querían darle un mayor papel mediante asambleas virtuales a los trabajadores que estaban en la casa esperando recibir los beneficios. Lo que sería una apuesta por la “masividad” y no por la paralización efectiva.

La difusión del conflicto en las calles y las estaciones de metro, así como en las redes sociales, fueron acciones importantes. Sin embargo, estaban destinadas a movilizar “la opinión pública” general. Dichos esfuerzos pudieran haberse concentrado en las puertas de las plantas y concentraciones obreras.

La lucha recibió una amplia solidaridad y en particular de otros sindicatos tanto del rubro como de otros sectores, y también llegaron a dar su apoyo varios sindicatos del parque industrial. Esto fue fundamental para mantener la moral de lucha y dar impulso al fondo de huelga. Para que esto pudiera mantenerse en el tiempo era necesario organizarlo. El nerviosismo burgués se dejó ver en la administración del Parque Industrial enviaba correos a las empresas del sector indicando que no debían prestarles apoyo (como darles pallet para hacer fuego). Lo que da claridad sobre la potencialidad de que la clase trabajadora comenzara a contagiarse y empaparse del conflicto.

Para poder continuar con la huelga era necesario poder contar con el apoyo de otros sindicatos y comenzar a realizar acciones de boicot a la sucursal que estaba trabajando. Al mismo tiempo el fortalecimiento del fondo de huelga era fundamental, para que ninguna huelga se abandone por la la angustia que genera no llegar a fin de mes.

El resultado general deja un sabor amargo, en el que no lograron sustancialmente todos los puntos del petitorio, pero por otra parte deja una gran experiencia de lucha y de organización que habrá que capitalizar.

Será fundamental mantener la organización sólida pensando las medidas de acción ante cada intento de represalia de la empresa, entendiendo que no sólo se lucha en el periodo de negociación legal, diseñada por lo demás para mantener el poder burgués y maniatar a la clase obrera, como quedó demostrado en las fiscalizaciones realizadas por la inspección del trabajo favoreciendo el reemplazo de los huelguistas por la empresa. En el mismo sentido conciliador se dirigieron las propuestas de los dirigentes de la CUT que se acercaron a la huelga, tratando de llevar la lucha a la presión y la súplica a la dirección del trabajo para que el Estado burgués oficie como mediador, es decir, como juez y parte.

Será un paso importante organizar a los trabajadores, en particular a los del área de logística de Enea, para estar mejor preparados y bregar por un contrato colectivo único, enfrentando las maniobras capitalistas.

Los trabajadores de Cosmoplas pueden jugar un rol en las luchas que se den en el sector para fortalecerlas con la experiencia y las lecciones de su lucha.

Los trabajadores del Sindicato Cosmoplas llevan más de 20 días en huelga. La patronal se ha mostrado intransigente ante el petitorio de los trabajadores. Se niega a entregar beneficios básicos así como quiere imponer un contrato colectivo de 3 años, otorgar un bono de término miserable y se niega a pagar los días caídos.

Esta lucha ha contado con la solidaridad de varios sindicatos, trabajadores y otras organizaciones políticas y sociales.

La huelga ha logrado paralizar las actividades de la empresa tanto en Santiago como en la sede de Puerto Mont. Esto ha sido fundamental para golpear a la patronal. También las patronales del parque industrial se encuentran inquietas ante la actividad de lucha desplegada por los huelguistas. Pese a las pérdidas, la gerencia apuesta al desgaste de la lucha por ello es vital más que nunca fortalecerla.

Se vuelve fundamental organizar la solidaridad obrera que se ha manifestado hasta ahora.

Para esto un paso importante en la lucha puede ser la convocatoria a un encuentro de trabajadores y organizaciones sindicales del Parque Industrial Enea, y de otros lugares de trabajo como los trabajadores y sindicatos ligados a los negocios de esta patronal, como los trabajadores de Easy, Sodimac, Construmarc, Lider, etc. En dicho encuentro se puede discutir fortalecer el fondo de huelga, y votar un plan de lucha conjunto para doblarle la mano a la patronal.

Se puede comenzar convocando a los trabajadores en la puerta de las empresas del parque industrial, difundiendo la lucha, impulsando el fondo de huelga y sumando convocatorias a un encuentro obrero.

Redoblemos nuestros esfuerzos por el triunfo de los trabajadores de COSMOPLAS

El debilitado gobierno de Piñera en su calidad de comité administrativo de los negocios de los capitalistas, trata de llevar esta tarea fundamental sobre la base de una aguda crisis social y política.

Y es así que una y otra vez se desviven por intentar festinar una pandemia superada por el avance del plan de vacunación, pretendiendo acelerar la reincorporación de mano de obra barata a las actividades productivas para satisfacer la sed de ganancias sinfín de la clase dominante parasitaria.

 

El Colmed de la mesocracia

El regreso de las cuarentenas generales ha sido dictado más que por la voluntad del gobierno por la situación de colapso en la cual se encuentra todo el sistema sanitario. Un colapso cuidadosamente oculto en los números presentados a diario por el gobierno pero difícilmente eludibles por la población en general y por los trabajadores de la salud en particular qué ven que un puñado de camas disponibles significa decidir a diario quién vive y quién muere entre la población trabajadora y empobrecida. Ni hablar del agotamiento físico y mental de los trabajadores de la salud sobrexigidos por la falta de personal y de las condiciones mínimas sanitarias del sistema de salud en decadencia.

Desde el colegio médico, luego de que quedara en evidencia que el fantoche del comité de expertos no era más que una reunión de Piñera y sus ministros, presentaron un nuevo plan llamando a una "nueva gobernanza", cuya base es la de provocar un "cortocircuito" (suspensión de todas las actividades no esenciales por 3 semanas), y a partir de allí volver al mismo plan del gobierno con algunas modificaciones, burbujas territoriales, cuarentenas regionales, mayor apertura de algunas actividades, etc. La orientación de este plan al igual que la del gobierno pretende que con medidas de aislamiento y represión estatal, vaya orientado a salvaguardar la actividad de la economía capitalista, pretendiendo que de esta forma se descomprima la situación hospitalaria, que se haya con niveles permanentes por encima del 95% de ocupación. Esta es la tecnocracia del ColMed qué, solicitando ser integrados de forma efectiva a las decisiones de gobierno (gobernanza), se enfoca no en la superación de la miserabilidad del sistema sanitario, sino en la noción pequeñoburguesa de que en el capitalismo se puede conseguir un sano equilibrio entre salud y economía (una insalvable contradicción de la reproducción de un sistema anárquico y en putrefacción). Así lo manifiesta entre otras cosas el que su plan se afirma en qué inmediatamente luego de este "cortocircuito" debieran retomarse las actividades presenciales en la educación básica y preescolar. Una forma de reafirmar, lavándose la cara, el apoyo activo a la frustrada vuelta presencial a los colegios, apoyo en el que quedó entrampada la burocracia sindical del colegio de profesores.

 

Una carrera presidencial distorsionada

Los resultados de la segunda vuelta a gobernadores, en particular la disputa en la región metropolitana, evidenciaron (al margen de la gravitación de los sectores acomodados en las mismas) que las expresiones políticas superestructurales pueden reflejar movimientos políticos de distintos sectores y estratos sociales, en particular de la pequeñoburguesía, pero de forma distorsionada. De esta forma el acto pasivo de expresión mediante el voto en las elecciones burguesas se manifiesta, al menos coyunturalmente, de forma más conservadora en cuánto a las labores ejecutivas que en sus expresiones parlamentarias, cómo fue en la constituyente. Perder de vista este carácter distorsionado y darle un valor absoluto a las tendencias que se manifiestan en la superestructura política no permite ver el movimiento real, material, de las distintas fuerzas sociales qué expresan de una u otra forma el laberíntico desarrollo de la lucha de clases.

Sobre esta base se desarrolla el debate programático presidencial, de cara a las primarias, donde despunta como eje de discusión el avance de la candidatura de Jadue (del PC), con un programa aggiornado y edulcorado por los viejos personajes díscolos de la concerta, cuyo eje es el intervencionismo estatal.

La mayor presencia del Estado vía una futura candidatura presidencial, o por medio de cambios constitucionales, pone en alerta a la burguesía rentística parasitaria, esa sub-burguesía que parasita tanto al capital imperialista como al aparato de Estado allí donde puede, bregando por mantener sus regalías en todos los órdenes de la vida pública, salud, educación, aguas, concesiones, subcontratación, etc, etc.

Esta demonización el avance de la propiedad estatal en algunas actividades, tiene como contrapartida los sectores de una pequeña burguesía en crisis, que intenta desarrollarse ora por medio de afianzarse en cargos y puestos estatales cómo en actividades productivas diversas para desde allí disputar un regateo a la explotación imperialista mediante mayores impuestos y la conquista de nuevos nichos de negocios. "Sean cuales sean los programas de los gobiernos, el estatismo consiste inevitablemente en hacer pesar sobre los más débiles las cargas del sistema podrido" [La revolución traicionada, León Trotsky]. Bien lo saben los capitalistas los que ante cada aumento impositivo o de salarios, bregarán por retornarse su alícuota de la explotación ora por aumentos de la desocupación, ora por aumentos inflacionarios. El triste papel en esta comedia lo jugarán aquellos sectores que desde la izquierda revolucionaria se disponen hacer seguidismo al apoyar estos proyectos estatistas burgueses.

 

Parlamentando

Como telón de fondo tenemos a la convención constitucional, que se desarrollará como una telenovela de la democracia pequeñoburguesa semicolonial, donde se expondrán los dramas sociales, sin que la evolución de sus caracteres pueda darle una solución estructural.

El ala radical de la convención nucleada en la llamada "vocería de los pueblos" ha levantado una serie de puntos como condición para el inicio de las sesiones. Entre los más importantes expresan la libertad de los presos políticos, fin a la impunidad de los crímenes de la dictadura, la desmilitarización de la Araucanía, el cuestionamiento al régimen de dos tercios o la limitación a no tocar los tratados internacionales. De esta forma convocan, con la fuerza de sus "asambleas virtuales", a la movilización para presionar a la convención a que tome el papel del "soberano" pretendiendo transformar la convención constitucional en una asamblea constituyente.

Para la constituyente María Rivera (MIT-LITCI) –integrante de la vocería- el llamado a luchar por la soberanía de la convención, se trata de que tome el poder efectivo, nacionalizando recursos, destituyendo al congreso y al presidente, expropiando a las 10 familias más ricas, etc. El MIT se deshace en argumentaciones jurídicas para explicar el rol de la constituyente para elaborar una “Ley Suprema” que no puede estar sujeta a ninguna otra ley o institución, para lo cual se le exige que asuma el poder. De esta forma al no ver que “la ley” no es el reflejo de una pretendida voluntad general, sino la cristalización de las relaciones materiales de producción, que en el capitalismo no se expresan de otra forma que en la dominación de clases sostenida por el aparato burocrático-militar estatal, reproducen la ilusión del poder burgués al embellecer la cobertura democrática de la dictadura del capital. Por otro lado, si de lo que se trata, es de querer cambiar el carácter de clase a un organismo transitorio de la democracia burguesa semicolonial, como la convención, en una pretendida disputa de poder (¿o doble poder?), sus esfuerzos no estarán dirigidos a fortalecer la organización y la conciencia de la clase obrera para su intervención independiente y revolucionaria, sino a intentar llevarla a la rastra de las disputas o contubernios superestructurales para una reforma al Estado…burgués. De este modo se presenta en general el centrismo con fórmulas de corte estatistas: expropiar a la burguesía, no para liberar a las fuerzas productivas del parasitismo de la propiedad privada capitalista y el corset del Estado, sino para redistribuir la renta nacional; o “controlar”(!) a las FFAA y carabineros por “organizaciones populares” y no luchar por su disolución preparando la insurrección consciente, etc.

 

Luchemos por una salida obrera a la crisis

La clase trabajadora viene dando importantes luchas como los trabajadores de los hospitales y los centros de salud ante el colapso de los sistemas sanitarios. También se suceden las negociaciones colectivas en la minería que ha llevado a distintas acciones, de huelga o medidas de presión, ante la intransigencia de las multimillonarias patronales estatales (Codelco) o imperialistas (BHP). También luchas como la huelga del sindicato Cosmoplas, pueden utilizar la solidaridad manifestada por trabajadores y organizaciones sindicales para ser puntos referencia para la organización obrera tomando acciones conjuntas para su triunfo.

Es vital que los trabajadores y la juventud desplieguen las energías necesarias para fortalecer y unificar a la clase obrera impulsando la lucha por levantar un Congreso de delegados de base que discuta un programa de salida a la crisis. Es prioritario pelear por imponer el control obrero sobre ramas productivas ya que los trabajadores deben controlarlo todo. Parte de esta lucha se inscribe la necesidad de arrancar a los presos políticos de las cárceles y hacer justicia por los asesinatos, mutilaciones, torturas y todo tipo de vejaciones cometidas por el Estado y sus agentes, ayer y hoy. Enfrentar la trampa constituyente y sus ilusiones pequeñoburguesas de reformas liberales son parte de este desafío de luchar por la independencia política efectiva de nuestra clase en el camino de la conquista de un gobierno obrero.

Neste sábado, 26 de junho às 17h30 vamos realizar uma palestra de debate sobre o conflito Israel - Palestina por zoom. Para participar, você deve preencher um formulário e o link e o ID de acesso correspondente serão enviados a você.

Para preencher o formulário, clique no seguinte link:

 https://forms.gle/rTbMteMnB4ppNVWT9

Aproximamo-nos dos 500 mil mortos pela covid-19 no Brasil, número alavancado neste ano pela disseminação das novas cepas do vírus, pelo colapso dos sistemas de saúde e pelo aprofundamento da crise econômica aliados às políticas catastróficas de controle sanitário dos governos federal, estaduais e municipais. Diante da previsão de especialistas da chegada de uma terceira onda da pandemia, a vacinação segue a passos lentos com pausas por falta de estoque, e a sensação para os trabalhadores é a de que o Brasil nunca saiu da primeira onda. Até o final de abril, o Brasil concentrava 12,6% das mortes por covid-19 e 9,7% dos infectados no mundo, tendo apenas 2,7% da população mundial. 

O desemprego atinge 14 milhões de trabalhadores, além de 6 milhões de desalentados e 7 milhões de subocupados, somando 27 milhões de pessoas sem renda ou com renda parcial. O CadÚnico, cadastro do governo para acesso a algum tipo de auxílio, registra 14,5 milhões de famílias vivendo em extrema pobreza, isto é, famílias cuja renda per capita é inferior a R$89 mensais (menos do que o valor de um botijão de gás). Esse número, com certeza, é bem maior pois não considera os que estão à margem do sistema CadÚnico. Segundo o Dieese, entre o primeiro trimestre de 2020 e o de 2021, os desligamentos por mortes entre trabalhadores CLT cresceram 71,6% ultrapassando 20 mil mortes só em 2021. 

Como já denunciamos desde o início da pandemia, a intervenção do estado burguês na produção e circulação de mercadorias sob a política do isolamento social e, ainda mais na sua versão semicolonial, não serviu para salvar a vida dos trabalhadores, mas foi aplicada para salvar o capital diante da possibilidade de um grande colapso social e econômico. Entre a incapacidade de intervenção do estado semicolonial brasileiro na economia e a política negacionista do governo Bolsonaro, o Brasil obteve um dos piores desempenhos mundiais de resposta à pandemia, não sendo capaz de evitar nem o aumento massivo de contaminação e mortes e nem o aprofundamento da crise econômica. Mundialmente, o Brasil tem o maior número de mortes proporcionais do que 89,3% dos países analisados pela OMS e a maior queda no “nível de ocupação” (empregos) do que 84,1% dos países analisados pela OIT. O Brasil é o exemplo de que no capitalismo - ainda mais semicolonial - a dicotomia "economia x vidas” propagada pelos estados em resposta à pandemia é falsa. Nossas vidas continuam a ser consumidas, seja pelo vírus ou pela fome, para que a burguesia mantenha seus lucros.

O desenvolvimento da pandemia e o aprofundamento das crises econômica e social também intensificam a crise política. O acirramento das disputas entre as frações da burguesia se expressa na condução da pandemia e disponibilização de insumos e vacinas entre governadores dos estados e o governo federal, nas intervenções do STF nas ações do governo e mais recentemente, na CPI sobre a pandemia conduzida pelo Senado para apurar a responsabilidade do governo federal na catástrofe sanitária vivida no país.  A CPI tem conseguido desgastar o governo Bolsonaro expondo as omissões e atuações negligentes em relação à condução da pandemia e à aquisição de vacinas, fortalecendo a tese de que o governo é responsável direto pela morte de quase meio milhão de pessoas. Contudo, o que se encena ali está longe de mudar a situação dos trabalhadores e população pobre do país. É uma medida da correlação de forças entre os representantes da burguesia para o cenário eleitoral do próximo ano.

Fica cada vez mais claro que a mudança na orientação do imperialismo com a posse de Biden debilitou o governo Bolsonaro, que tinha em Trump um alinhamento político. Mas, o imperialismo “não luta por princípios políticos, mas por mercados, colônias, matérias-primas, pela hegemonia sobre o mundo e sobre suas riquezas”. Dessa forma, o desgaste de Bolsonaro só aumenta. O ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, um dos principais alicerces do governo pela sua influência no agronegócio, foi alvo de uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal que investiga o tráfico ilegal de madeira para os EUA. A investigação foi iniciada pelo Sistema de Pesca e Vida Selvagem (FWS) no estado norte americano da Geórgia e informado à Polícia Federal pela Embaixada estadunidense.

As Forças Armadas, outro pilar do governo Bolsonaro, também demonstram um certo desgaste nessa relação com o governo, que por sua vez, aprofunda sua crise interna. Além de Bolsonaro, em suas declarações públicas, continuar utilizando as Forças Armadas como defensora de seus interesses políticos, o aprofundamento da crise pandêmica colocou em xeque a administração do Ministério da Saúde, nas mãos do general Eduardo Pazuello entre maio de 2020 até março de 2021, período que abarcou o colapso do sistema de saúde em Manaus, a recusa do governo em comprar vacinas e a política do “tratamento precoce”, todos investigados pela CPI. Pazuello, um dia após depor na CPI, participou de um ato no Rio de Janeiro ao lado de Bolsonaro, ambos sem máscaras e promovendo aglomeração. Sendo um militar da ativa, Pazuello foi notificado sobre a abertura de um procedimento disciplinar pelo comandante do Exército, que analisa a possibilidade de passá-lo à reserva. 

Esse desgaste do governo Bolsonaro também aumenta a pressão por parte da burguesia na concretização da “agenda positiva” do governo, ou seja, de reformas que ampliem a credibilidade do governo, principalmente da agenda econômica de Guedes, no mercado. Enquanto o Senado se ocupa da CPI, a Câmara Federal se ocupa da aprovação da Reforma Administrativa, já aprovada essa semana na Comissão de Constituição e Justiça. A reforma é um brutal ataque aos serviços e servidores públicos, deixando de fora juízes, parlamentares, militares e servidores do Ministério Público, e prevê, dentre outras coisas, o fim da estabilidade para os novos servidores e extinção das promoções e benefícios, ou seja, da própria carreira. Outra reforma que está sendo discutida é a reforma tributária, que visa “modernizar” o sistema tributário, ou seja, aumentar a carga tributária para os trabalhadores via consumo e aliviar a mesma carga para os empresários. Para a sua aprovação, Guedes e os presidentes da Câmara e do Senado, Lira e Pacheco, decidiram por “fatiar” a reforma, dividindo a tarefa entre as duas casas, pois já aprenderam que uma reforma tributária é capaz de incendiar um país, mesmo em plena pandemia.

As direções políticas e sindicais, há mais de um ano em “lockdown”, enquanto a classe operária está sofrendo os efeitos das crises sanitária e econômica, vislumbra na atual conjuntura a possibilidade de superar o governo Bolsonaro com uma grande política de conciliação encabeçada pela candidatura de Lula para presidente em 2022. Assim, o “Fora Bolsonaro” que durante todo o ano passado foi uma “hashtag”, agora passa a ser a mola propulsora da campanha de Lula. Para essas direções, em sua maioria composta pelo PT, o impeachment já não é uma boa estratégia, pois a catástrofe do governo Bolsonaro só aumenta as intenções de voto em Lula nas pesquisas. Assim, após mais de um ano, tomar as ruas passa a ser uma ação defendida, apesar da pandemia. O presidente do PSOL, Juliano Medeiros e Guilherme Boulos, candidato à prefeitura de SP em 2020, saem à mídia para dizer que “é hora de ir pra rua”, deixando confusos seus militantes que até ontem chamavam de “negacionistas” as organizações, como a nossa, que defendem desde o início da pandemia, a necessidade da luta nas ruas, a abertura dos sindicatos e a realização de assembleias presenciais. 

O dia 29 de maio, chamado como um dia de mobilizações e luta contra o governo Bolsonaro, se dá nesse contexto. Sem paralisação dos postos de trabalho e nem assembleias de base, a intenção é pressionar por uma saída eleitoral, com Lula como candidato de frente ampla contra Bolsonaro. Tão ampla que cabe, inclusive, setores da burguesia, os quais Lula serviu muito bem por muitos anos. Não podemos permitir que os nossos mortos, nossos desempregados, nossos famintos sejam utilizados de palanque eleitoral para 2022. 

A superação da crise econômica, do desemprego e da crise sanitária que assola o país não virá pelo estado burguês, nem agora, nem em 2022, seja qual for o governo de plantão, pois o Estado é o instrumento de dominação da burguesia sobre os trabalhadores. Às políticas estatais de controle da pandemia, de reformas que ampliam os ataques aos trabalhadores, de repressão à juventude negra e periférica, devemos contrapor a nossa resistência de classe. É urgente que retomemos a unidade de luta nas ruas, impondo com os nossos métodos, a defesa das nossas vidas. 

Precisamos construir em cada sindicato, através de assembleias de base, a resistência ao genocídio em curso e impulsionar as centrais para a convocação de uma greve geral, nos organizando para a construção um plano de lutas independente que responda ao desemprego massivo e à crise sanitária. Devemos impor a escala móvel de horas e salários, o controle operário da produção dos setores essenciais, especialmente das vacinas, bem como a sua distribuição. É necessário impor uma saída operária à crise, desenvolvendo as tarefas transitórias de um programa revolucionário. Saída que não se limita às fronteiras nacionais, mas que exige unidade e fortalecimento dos processos de luta em curso na América Latina.