Há 83 anos do assassinato de Leon Trotsky

Domingo, 20 Agosto 2023 11:29

Em 21 de agosto de 1940, exilado no México, Leon Trotsky sofreu um ataque fatal do assassino infiltrado de Stalin, Ramón Mercader. Mas, o que esse golpe rasteiro do stalinismo (prestando um enorme serviço ao capitalismo) buscou silenciar para sempre, não só continuou repercutindo, como se consolidou como a única voz que ainda pode falar de revolução socialista. Há 83 anos deste evento, suas ideias ainda são válidas e nos permitem ter um guia revolucionário para intervir nos fenômenos da luta de classes, para enfrentar o sistema capitalista como vanguarda da classe trabalhadora organizada em um partido mundial.

A crise aberta pela guerra entre dois ex-Estados operários, situação inédita na história, abre, somada à crise econômica mundial e aos processos pós-pandemia, elementos de ruptura do equilíbrio instável. Isso pode ser corroborado pelo fato de que o imperialismo começou a impor uma política belicista para assimilar os ex-Estados operários, rediscutindo todos os pactos existentes no período anterior, para tentar resolver a crise iniciada em 2008 e conter os efeitos catastróficos do desenvolvimento da pandemia do covid. Essa política mais agressiva do imperialismo não é realizada em seu momento de força, mas em seu momento de maior debilidade histórica, em que o sistema capitalista como um todo está em crise estrutural e suas formas de dominação estão questionadas. A economia mundial caminha para uma recessão com elementos depressivos, com crises da dívida nas semicolônias e processos inflacionários em grande parte do planeta.

Assistimos a uma aceleração dos tempos, impulsionada pela política do imperialismo, na necessidade de assimilar os ex-Estados operários e abrir novos mercados em meio a uma crise na organização do capital e de suas instituições, como o Estado burguês, e de sua forma de dominação, com um bonapartismo decadente.

Defendemos que o legado de Trotsky nos oferece base teórica e política para atuar nesta etapa histórica, pensando com as nossas próprias cabeças os processos de assimilação dos ex-Estados operários, a decomposição imperialista e o curso das instituições criadas para sua dominação, e as tarefas para avançar na solução da crise da direção revolucionária. Uma das tarefas que Trotsky defendeu explicitamente foi substituir o centrismo pelo marxismo para dotar à vanguarda operária de um programa transicional que levasse à construção de partidos como seções da IV Internacional reconstruída. Devemos disputar uma nova geração que se molda sob os efeitos do capitalismo decadente. As receitas do centrismo estão provando sua nulidade para levar isso adiante, já que se adapta à situação, realizando um revisionismo histórico do núcleo teórico do marxismo. Isso se expressa no programa e na organização, que entraram em crise. Realizaram todo tipo de concessões às teorias da moda e aos movimentos tais como são, culminando em um parlamentarismo ou movimentismo que obstrui a possibilidade de desenvolvimento de uma vanguarda revolucionária. É uma tarefa acertar as contas com o centrismo para regenerar o trotskismo em chave revolucionária diante das novas gerações.

Através da TRQI, levantamos a necessidade de uma Conferência Internacional com os grupos que ainda defendem a ditadura do proletariado para avançar nas tarefas dos revolucionários nesta etapa.

Há 83 anos do assassinato de Leon Trotsky, continuamos a nos organizar e lutar para derrotar este sistema capitalista, destruir o poder da burguesia, organizar a classe trabalhadora, desenvolver as etapas da ditadura do proletariado e expropriar os expropriadores. O trotskismo é a continuidade do marxismo revolucionário, contém e condensa em seu programa o guia da revolução operária e socialista, sua extensão internacional e mundial.

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